ABG desenvolve viveiro para conservação de espécies endêmicas
A fim de proteger e permitir o desenvolvimento de espécies de cactos (da família Cactaceae, da ordem Caryophyllales) que estão presentes na área destinada à expansão de Linhas de Transmissão (LTs) na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, a equipe da ABG Engenharia e Meio Ambiente criou um cactário, uma espécie de enfermaria e casa provisória desenvolvida para estes indivíduos que precisaram ser retirados de seu espaço original.
Presentes em todas as regiões do Rio Grande do Sul, as espécies de cactos (da família Cactaceae, da ordem Caryophyllales) apresentam um grau elevado de endemismo, isso torna estes vegetais mais suscetíveis a interferências antrópicas e perda de hábitat, fato gerador do elevado número de espécies ameaçadas de extinção.
Após a finalização da obra e da interferência de maquinários e ferragens, os cactos serão devolvidos aos seus locais de origem, para que possam continuar se desenvolvendo e se multiplicando na natureza.
Sobre os cactos monitorados pela ABG
Segundo dados, no Brasil existem 37 gêneros e 227 espécies desses vegetais. Somente no Rio Grande do Sul encontram-se 11 gêneros e 65 espécies. Destas 65 espécies de cactáceas presentes no Estado, 53 são listadas, sob alguma categoria de ameaça, na Lista Oficial das Espécies Ameaçadas de Extinção do Estado do Rio Grande do Sul.
Especificamente, a equipe da ABG está monitorando no cactário dois gêneros que estão ameaçados: Parodia e Frailea. Esses gêneros ocorrem naturalmente no Bioma Pampa, mas alguns também são comercializados e cultivados em várias regiões do mundo como plantas ornamentais, devido a seu formato globoso e suas flores.
O gênero Parodia pode ser encontrado, além do Rio Grande do Sul, no Paraná, no Mato Grosso do Sul e em Santa Catarina. Também ocorre na Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Já o gênero Frailea possui 12 espécies, sendo que destas, 11 são aceitas para o Brasil, com todas elas ocorrendo no Rio Grande do Sul. Ela também está presente na Argentina, Bolívia, Colômbia, Paraguai e Uruguai.
Como principais ameaças às populações desses gêneros podemos citar a perda de hábitat pelo avanço da agricultura além de coleta ilegal para comercialização.